ATA DA SEPTUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 10.06.1991.
Aos dez dias do mês de junho do ano de mil
novecentos e noventa e um reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Septuagésima Sétima Sessão
Ordinária da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às
quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio
Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Edi Morelli, Ervino Besson, Giovani
Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Valdir, José
Alvarenga, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz
Machado, Mano José, Nelson Castan, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra,
Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo e Heriberto Back. Constatada a
existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
solicitou à Vereadora Letícia Arruda que procedesse à leitura de trecho da
Bíblia. A seguir, o Senhor Secretário procedeu à leitura das Atas da
Septuagésima Sexta Sessão Ordinária e da Décima Sexta Sessão Solene, que foram
aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adroaldo Correa, 01 Pedido
de Informações; pelo Vereador Artur Zanella, 01 Pedido de Providências; pelo
Vereador Clóvis Ilgenfritz, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 113/91 (Processo
n° 1505/91); pelo Vereador Cyro Martini, 02 Pedidos de Providências; 02 Pedidos
de Informações; pelo Vereador Dilamar Machado, 01 Pedido de Providências; 01
Pedido de Informações; pelo Vereador Edi Morelli, 01 Projeto de Lei do
Legislativo n° 110/91 (Processo n° 1478/91); pelo Vereador Elói Guimarães, 01
Pedido de Informações; pelo Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Providências;
01 Emenda ao Projeto de Lei do Legislativo n° 75/91 (Processo nº 1165/91); pelo
Vereador Isaac Ainhorn, 02 Pedidos de Providências; 01 Pedido de Informações;
pela Vereadora Letícia Arruda, 07 Pedidos de Providências; pelo Vereador Luiz
Machado, 01 Pedido de Informações; pelo Vereador Mano José, 01 Indicação; pelo
Vereador Nelson Castan, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Nereu D’Ávila,
02 Pedidos de Providências; 01 Projeto de Lei do Legislativo n° 114/91
(Processo n° 1512/91); pelo Vereador Omar Ferri, 01 Pedido de Providências;
pelo Vereador Vicente Dutra, 07 Pedidos de Providências; pelo Vereador Vieira
da Cunha, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Wilton Araújo, 02 Pedidos
de Providências; 01 Indicação. Do EXPEDIENTE constaram os Ofícios nºs 14/91, da
Câmara Municipal de Dom Feliciano, RS; 268 e 272/91, do Tribunal de Justiça do
Estado. A seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças, na Mesa dos
Trabalhos, dos Senhores Anton Karl Biedermann, Presidente da Federação das
Associações Comerciais do Rio Grande do Sul, Federasul, e da Associação
Comercial de Porto Alegre; Oscar Antunes de Oliveira, Diretor-Secretário da
Federasul, e Paulo César Flores, Assessor de Imprensa da Federasul. Após, o
Senhor Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica
do Município, Tribuna Popular, ao Sr. Anton Karl Biedermann, que discorreu
acerca da campanha empreendida pela Federasul, de defesa de seus
posicionamentos quanto a medidas que viabilizariam a retomada do crescimento
econômico do Brasil. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Artur Zanella
reportou-se à presença, na Casa, de representantes da Federasul, analisando
pronunciamento feito pelo Presidente dessa Entidade e ressaltando a importância
da integração de políticos e empresários na busca de soluções para a crise
brasileira. O Vereador Wilson Santos registrou sua satisfação pela presença,
neste Legislativo, de representantes da Federasul. Parabenizou-se com essa
Entidade pelos posicionamentos expressos no pronunciamento do Senhor Anton Karl
Biedermann, acerca de medidas que poderiam viabilizar a retomada do crescimento
econômico do nosso País. O Vereador Airto Ferronato saudou os visitantes,
discorrendo sobre a política financeira do Governo Federal e ressaltando os
déficits geralmente apresentados pelos órgãos públicos. O Vereador João Dib
cumprimentou a classe empresarial representada pelos presentes, reportando-se à
Constituição Federal e defendendo sua alteração, visto não atender aos
interesses dos cidadãos. Comentou aspectos relativos aos gastos públicos, à
reforma do ensino e ao controle da natalidade em nosso País. O Vereador Omar
Ferri cumprimentou o Presidente da Federasul e os demais visitantes, falando a
respeito da sociologia moderna no que dispõe acerca do direito à propriedade.
Informou que a Constituição Federal melhor elaborada é a do Paraguai, de acordo
com o Professor Dalmo de Abreu Dalari, da Universidade de São Paulo, no sentido
social, político e liberal da América Latina. O Vereador João Motta reportou-se
acerca da governabilidade do País e suas alternativas para amenizar a crise
atual, sugerindo que, através de um fórum popular, seja feito um programa
político a ser colocado em prática no Brasil. O Vereador Luiz Braz referiu-se à
luta do Presidente da Federasul pelo crescimento econômico do Brasil. Analisou
declarações do Senhor Presidente da República de que não mais demitiria o Senhor
Rogério Magri, Ministro do Trabalho, dizendo colaborar isso para o descrédito
da Nação. O Vereador Nereu D’Ávila saudou os visitantes, dizendo que a luta em
prol das soluções dos problemas brasileiros é de todos. Destacou, ainda,
acreditar que o Senhor Alceu Collares haverá de fazer um bom Governo no Estado.
A seguir, o Senhor Presidente suspendeu os trabalhos por um minuto, nos termos
do artigo 84, II, do Regimento Interno. Sendo os trabalhos reabertos às quinze
horas e trinta e quatro minutos. Verificado o “quorum”, foi aprovado
Requerimento verbal do Vereador João Dib, solicitando alterações na ordem dos
trabalhos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos
de Lei do Legislativo nº 84/91, este discutido pelo Vereador Isaac Ainhorn,
101/91, o Projeto de Lei do Executivo n° 12/91, o Substitutivo nº 01 ao Projeto
de Lei do Legislativo n° 14/91, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 48/91, este discutido pelo Vereador Adroaldo Correa, o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo n° 49/91, o Substitutivo nº
01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 66/91; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei
do Legislativo nºs 43, 74, 63, 51, 34, 90/91, 163/90, o Projeto de Lei do
Executivo nº 11/91, os Projetos de Resolução n°s 21, 18, 20/91; em 3ª Sessão,
os Projetos de Lei do Legislativo nºs 89, 91, 98, 100, 78, 86, 61, 94, 93/91,
este discutido pelo Vereador Artur Zanella, 85/91, este discutido pelo Vereador
Artur Zanella, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/91, os Projetos
de Resolução n°s 17, 19/91, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs
20, 25/91, este discutido pelo Vereador Artur Zanella, 19/91, este discutido
pelo Vereador Artur Zanella, o Projeto de Lei do Executivo nº 10/91. Na
ocasião, o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Artur
Zanella e Nereu D’Ávila, acerca do pronunciamento do Vereador Omar Ferri, em
Comunicação de Líder; do Vereador João Dib, acerca dos artigos 135 e 136 do
Regimento Interno; do Vereador Isaac Ainhorn, acerca das inscrições para
discussão em período de Pauta. A seguir, constatada a existência de “quorum”,
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador
Dilamar Machado, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de
onze a quatorze do corrente. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o
Projeto de Resolução n° 12/91, por vinte e três Votos SIM contra uma ABSTENÇÃO,
tendo sido submetido à votação nominal a Requerimento verbal, aprovado, do
Vereador Wilson Santos. Votaram Sim os Vereadores Artur Zanella, Clóvis Brum,
Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão
de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente
Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo, Adroaldo Correa e
Heriberto Back, e optou pela Abstenção o Vereador João Dib. Ainda, foi aprovado
Requerimento do Vereador Clóvis Ilgenfritz, solicitando que o Projeto de Resolução
nº 12/91 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua
Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. A seguir, o Senhor
Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Artur Zanella, Clóvis
Brum, José Valdir, João Motta, Luiz Braz, Lauro Hagemann e Nereu D’Ávila,
acerca do Requerimento do Vereador Nereu D’Ávila, que solicita a deliberação,
pelo Plenário, quanto à forma de preenchimento da lacuna legal que está
inviabilizando a tramitação do Processo nº 1993/85. A seguir, o Senhor
Presidente informou que, atendendo Requerimento formulado pelo Vereador Clóvis
Brum, remete à Comissão de Justiça e Redação o Requerimento do Vereador Nereu
D’Ávila, acima referido, relativo a preenchimento de lacuna legal que está
inviabilizando a tramitação do Processo nº 1993/91. Ainda, foi apregoado
Requerimento do Vereador Mano José, solicitando que o Substitutivo nº 01 ao
Projeto de Lei do Legislativo n° 14/91 seja remetido à Comissão de Justiça e
Redação para oitiva daquele colegiado, no que se refere a pertinência do teor
do Substitutivo referido ao assunto do projeto original. A seguir, foi
apregoado Requerimento do Vereador João Motta, de Moção de Solidariedade aos
Professores Estaduais afastados de suas atividades profissionais da área da
Cultura, por requisição da Secretaria de Educação do Estado, o qual foi
encaminhado à votação pelos Vereadores Nereu D’Ávila, Clóvis Brum e Artur
Zanella e deixou de ser votado face a inexistência de “quorum”. Ainda, o Senhor
Presidente respondeu Questões de Ordem do Vereador Luiz Machado, acerca dos
avisos constantes da folha 12 do espelho da presente Sessão, e do Vereador
Artur Zanella, acerca do “quorum” mínimo necessário para votação de matérias.
Após, o Vereador Giovani Gregol solicitou nova verificação de “quorum” e,
constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados
os trabalhos às dezesseis horas e cinqüenta minutos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Leão de Medeiros e
secretariados pelos Vereadores Leão de Medeiros, Wilson Santos e Clóvis Brum,
este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Leão de Medeiros, 1° Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE
(Antonio Hohlfeldt): Estão abertos os
trabalhos da presente Sessão.
Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A Tribuna Popular de hoje, de acordo com o art. 100 da Lei Orgânica
Municipal, Processo nº 1510, Requerimento da Federação das Associações
Comerciais do Estado do Rio Grande do Sul – Federasul – e Associação Comercial
de Porto Alegre. Requerem a Tribuna Popular para o uso dia 10 de junho vindouro,
a fim de poderem expor os dez pontos básicos para retomada do crescimento
econômico do nosso País, que vêm sendo defendidos pela entidade. Nós
registramos a presença na Mesa, e recebemos com todo o carinho o Dr. Anton Karl
Biedermann, Presidente da Federasul e da Associação Comercial de Porto Alegre –
ACPA –, acompanhado pelo Sr. Oscar Antunes de Oliveira, Diretor-Secretário da
Federasul e do Assessor de Imprensa da Federasul, Jornalista Paulo César Flores
que se encontra também no Plenário.
Concedemos a palavra ao Dr. Biedermann por dez minutos.
O SR. ANTON KARL BIEDERMANN: Sr. Presidente, Exmo Dr. Antonio Hohlfeldt,
Srs. Vereadores componentes da Mesa, Srª Vereadora. É com grande honra que a
Federasul e a Associação Comercial, na minha pessoa, se encontram aqui
presentes pela primeira vez nesta Tribuna Popular, em tão boa hora criada e que
certamente muito contribuirá para o desenvolvimento e a melhoria das condições
da nossa Cidade.
As nossas entidades, preocupadas com o atual estágio econômico e social
do nosso País, resolveram desenvolver uma campanha, que está sendo levada a
efeito principalmente no interior do Estado, e até em Santa Catarina, na defesa
de dez pontos básicos que julgam imprescindíveis para que se possa reiniciar um
processo de crescimento no nosso País. São dez pontos que nós estamos
pleiteando, principalmente às autoridades do Executivo Federal e do Legislativo
da União, e o primeiro deles diz respeito ao direito de propriedade. O direito
de propriedade é amplamente garantido pela Constituição. Esse simples enunciado
nos lembra o confisco da poupança, ocorrido em março do ano passado, e também à
invasão de propriedades, muitas vezes com desrespeito aos próprios moradores
nas residências que ali se encontram. Este é um ponto básico, inicial, embora
previsto pela Constituição, que entendemos que tem que ser compreendido e
respeitado por todos os poderes constituídos desta Nação.
O segundo ponto diz respeito aos contratos perfeitos. Muito semelhantes
também, nós vimos um caso típico com a instituição da tablita, em que os
devedores foram beneficiados contra os direitos dos credores. É o ponto mais
clássico no que diz respeito aos contratos.
O terceiro ponto fala sobre regras jurídicas, políticas e econômicas
estáveis. Nos últimos cinco anos tivemos: cinco planos de estabilização
fracassados; quinze políticas salariais diferentes; dezoito mudanças nas regras
de câmbio; cinqüenta e quatro alterações nas regras para controle de preços;
vinte e um planos e propostas para o encaminhamento da dívida externa; dezenove
decretos relativos aos projetos de austeridade e corte nos gastos públicos;
quatro moedas diferentes; onze índices para calcular a desvalorização do
dinheiro; cinco congelamentos de preços e salários; uma maciça intervenção econômica
e uma constante mudança nas regras do jogo, e que nos trouxera ao quê? Ao que
estamos assistindo aqui, hoje.
Quarto ponto: controle da política monetária e a criação de um Banco Central independente, a exemplo do que já foi
apresentado no Congresso pelo Deputado César Maia. Nós não temos qualquer
controle da política monetária. Em 1990 e nos primeiros meses deste ano, houve
uma expansão enorme da moeda em nosso País sem o conseqüente aumento da
produção e da riqueza. Isso é a grande causa da inflação em nosso País, e
somente com um Banco Central que não esteja subordinado ao Executivo é que
poderemos controlar a nossa moeda, ponto inicial para o controle da inflação.
Quinto ponto: modificação da Constituição. A nossa Constituição, como
sabemos, é totalmente contraditória. Ela tem princípios liberais e princípios
intervencionistas. Ela dá direitos em excesso e não dá obrigações e estabelece
uma série de critérios totalmente contraditórios, finalizando pela
diferenciação que existe nela mesma entre parlamentarismo e presidencialismo.
Não se sabe ao certo o que é a nossa Constituição. É preciso que ela seja
modificada, mas, acima disto, é preciso que ela seja respeitada, o que não tem
acontecido em nosso País.
Sexto ponto: redução dos gastos públicos. Este é um ponto fundamental de
todos nós e que não tem acontecido em nenhuma esfera, desde os municípios até a
União Federal.
O sétimo ponto, eu creio que seja bastante polêmico, mas é um cavalo de
batalha nosso, é uma gradativa e parcial privatização da Previdência Social e
da Saúde. Nós estamos assistindo a esse descalabro na área da Previdência – a
da Saúde será exatamente igual ao da Previdência – e entendemos que a
fantástica massa de recursos que é carreada para a Previdência Social é
totalmente desperdiçada. Isso, em parte, seria resolvido com a privatização
parcial da Previdência e, evidentemente, com o controle por parte de
empresários e empregados da previdência oficial, que não acontece hoje. Só de
um item que nós recolhemos para a Previdência, o Fim Social, é 2% sobre o
faturamento, e o lucro das empresas brasileiras em 1989, que foi maior do que
em 1990, foi de 2,3% sobre esse faturamento. Então, só de Fim Social os
contribuintes brasileiros recolhem para a Previdência um valor quase igual à
soma do lucro de todas as empresas do Brasil. Vejam só a quantia fantástica que
é recolhida para a Previdência só num item, fora os outros todos.
O oitavo ponto é uma reforma no sistema de ensino, que está falido no
Brasil, principalmente na área pública. No Japão, que tem oito horas/aulas por
dia, em 240 dias/ano, vão faltar no ano 2000, 970 mil técnicos em informática,
e todos nós sabemos o que significa a informática no mundo moderno. No Brasil,
já estamos aí com milhões de crianças sem colégio e com o ensino público
totalmente deficiente, principalmente na área primária, que é a base do
progresso do nosso País. Se não reformamos urgentemente o nosso sistema de
ensino, nós não vamos passar para o Primeiro Mundo, como pretende o Presidente,
mas para um quarto submundo.
O nono ponto, uma reforma tributária com redução da carga tributária,
simplificação da legislação, e aí sim, penalidades extremamente rigorosas para
os infratores. Nós temos estudos – é fácil de calcular pelo Produto Interno
Bruto, pela massa de salários e pela carga tributária –, nós chegamos à
conclusão de que 50% do que cada brasileiro ganha é carreado para os cofres
públicos a título de impostos e contribuições as mais diversas. Isto significa
que cada um de nós trabalha a metade do ano para os Poderes Públicos, e a outra
metade, apenas a outra metade para si e para sua família. É preciso,
urgentemente, que haja uma redução substancial dessa carga, essa carga
representa, no balanço das empresas, duas a três vezes o valor das folhas de
pagamento. Vejam, só de impostos, cada empresa recolhe duas a três vezes do
valor de suas folhas de pagamento, a título de impostos, para os mais variados
Poderes. É uma coisa realmente fantástica, talvez não haja no mundo similar.
E o décimo ponto, muito controvertido, evidentemente, sujeito a “n”
debates, é o controle da explosão demográfica. No nosso entender, o problema
mais grave do Brasil é o seu desordenado crescimento demográfico, não que a
média seja muito alta, mas a taxa de natalidade entre as populações pobres é
extremamente alta. No Brasil nós temos, hoje, segundo um estudo feito pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, mais de 45 milhões de pessoas
em estado de pobreza absoluta; em São Paulo, tem 943 mil; no Rio de Janeiro, 1
milhão e trezentas; no Recife, 915 mil; igual a São Paulo; em Fortaleza, que é
pequena, 647 mil em pobreza absoluta. Qual é a solução? Dizem que uma melhor
redistribuição de renda, evidentemente que há distorções enormes na renda dos
brasileiros. Uns muito ricos e outros muito pobres, mas os tais dos ricos, ou
muito ricos, são insignificantes nesse montante total. Nós já fizemos um
estudo, que se distribuíssem o lucro de todas as empresas brasileiras entre a
população brasileira, daríamos menos de cem dólares para cada pessoa, o que é
exatamente igual a nada; em compensação, destruiríamos todo o sistema produtivo
brasileiro. Fala-se, também, que temos que crescer 6% ao ano para dar emprego
há dois milhões de pessoas que ingressam no mercado de trabalho em cada ano: 6%
ao ano. Tivemos um déficit de 4% ano passado, vamos ter 4% esse ano novamente,
4 mais 6 são 10%. Dez por cento ao ano, senhores, para recuperarmos nós
precisaríamos de cinco anos de crescimento a 10% ao ano, o que é impossível.
Se nós voltarmos, por um milagre, a crescer 6% ao ano a partir do ano
que vem, nós jamais recuperaremos esses quatro milhões de pessoas que ficaram
sem emprego nesses dois anos. Esses pontos, então, são os que nós defendemos.
Acreditamos que se eles forem atendidos, as empresas e os trabalhadores poderão
trabalhar em paz e voltar a fazer crescer este País. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Como nós acreditamos que alguns
pronunciamentos de Lideranças tocarão no mesmo assunto, Dr. Biedermann, nós
queremos convidá-lo a permanecer conosco para ouvir as manifestações.
Com a palavra o Ver. Artur
Zanella, que falará pela Liderança do Partido da Frente Liberal.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
eu apressei-me a fazer minha inscrição em Liderança porque cada vez mais eu
acho que a classe empresarial se distancia da classe política, e tenho a
impressão de que pela primeira vez, nesta Casa, e pela primeira vez desde que
trabalho em setor de governo, que já vai longe, desde o tempo em que trabalhei na
Assembléia Legislativa, eu vejo um líder empresarial, espontaneamente,
dirigir-se a uma Casa Legislativa ou ao Executivo não para reclamar, mas para
propor coisas. E essa atitude do Presidente da Federasul, Seção Comercial, é
extremamente positiva e inteligente e acho, Dr. Biedermann, que ela deveria ser
ampliada. Já estamos começando, inclusive, na nossa Comissão, a Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação – CUTHAB, a encaminhar sistematicamente
para as entidades todos os projetos que de uma forma ou outra intervenham no
âmbito daquela entidade, seja ela patronal ou de empregados, para que possamos
ter, aqui, o acompanhamento e a posição sobre esses projetos. Isso já está
começando a ocorrer em termos até da Federasul, porque muitos projetos nesta Casa
são aprovados, são discutidos e, às vezes, não há o debate correto, e não vem
ao caso debitar a uma entidade ou a outra.
Também diria, Dr. Biedermann, com
toda a tranqüilidade, com toda a abertura e com toda a amizade que tenho por V.
Sª, a quem acompanho, e agora mais de perto, inclusive, porque eu, como o Ver.
João Dib e o Ver. Omar Ferri, nós somos Conselheiros do Grêmio Náutico União, e
falar em Grêmio Náutico União é falar no Dr. Biedermann que é uma bandeira
daquele Clube. Sabemos que além das suas atividades empresariais, também nas
atividades sociais o Senhor é uma liderança muito grande.
Queria, Dr. Biedermann,
rapidamente, enfocar o que se viu, agora, e que me escandalizou e horrorizou,
nessa mudança que houve nos cargos diretivos do Governo Federal. Foram oitenta
ou cem cargos substituídos e nenhuma liderança empresarial do Rio Grande do Sul
aceitou ou foi convidada para ocupar esses cargos federais. Aqui no Estado,
pelo menos no que acompanhei, muitos convites foram feitos a empresários para
que viessem participar do governo e poucos concordam, fazendo uma separação
entre governo e entidades privadas. Acho, Dr. Birdermann, que já que os
políticos não conseguem ser líderes empresariais, normalmente porque são outras
atividades, ficamos envolvidos nisso aqui, gostaria de usar da sua influência,
do seu prestígio para fazer com que as classes empresariais participem mais na
direção dos negócios públicos. Conheço inúmeros casos de convites que foram
feitos a empresários, a líderes empresariais, por indicação das entidades, e as
pessoas não querem entrar nesse fogo que não é fácil e que nos priva – o setor
público – de ter a experiência, a competência de tantas pessoas que poderiam,
eventualmente, nos dar um maior assessoramento e um maior controle nisso aí.
Eu estava até pensando, agora, na
Associação Comercial, eu citaria uma pessoa que já faleceu, para não citar
pessoas, o Antônio Carlos Berta, que, Presidente da Federasul como o Senhor é
nesse momento, foi lá trabalhar e morreu no cumprimento do dever, num acidente.
Mas eu gostaria que o Senhor levasse, além da minha posição pessoal, e creio
que de maior parte dos Vereadores, esse apreço pela sua presença aqui,
espontaneamente, para propor idéias e não reclamar de nada, como normalmente
ocorre. E que o Senhor leve, também, ao menos da minha parte, a esperança de
que no futuro haja um engajamento maior em cargos públicos, de direção pública,
desses líderes empresariais que convidados e demandados normalmente –
normalmente não é a totalidade –, mas normalmente não aceitam porque sabem quão
difícil é esse tipo de relacionamento. Queira levar, então, os nossos
cumprimentos e o nosso abraço, e o elogio por ter vindo espontaneamente, aqui,
numa Tribuna Popular, colocar as idéias da Federasul e da Associação Comercial
de Porto Alegre.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o Ver. Wilson
Santos.
O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
meu caro Anton Karl Biedermann, eu quero só registrar a minha alegria, a
satisfação em ver uma Entidade tão representativa no cenário rio-grandense vir
a esta Casa. E, momento de dupla alegria, porque eu também andava preocupado
com os destinos da minha sigla partidária. Não escondia a minha preocupação e
criticava a Direção por estar mergulhada numa verdadeira inércia. Pois, para
minha satisfação, recebi comunicação do Presidente Sanchotene Felice, de que no
sábado o Partido Liberal se reúne na Assembléia para uma retomada de
crescimento. Então, é o fórum que eu estava carente para debater idéias;
evidentemente que esta Casa se serve para isso, e aqui o fazemos muito bem, mas
eu, particularmente, estava carente da minha sigla.
Neste momento, eu parabenizo e
digo do orgulho e da alegria de receber a Federasul, através da sua pessoa,
porque na própria visão ideológica que tenho muito me preocupa, e nestes dez
mandamentos, que é uma contribuição para a retomada do crescimento, eu vejo
quando o Senhor falava das idéias, que eu comungo, do incontestável estudioso
desta matéria, Kissorman, onde ele dá uma idéia da inflação ligada como se
fosse o alcoolismo monetário. Para combater-se a inflação é como o alcoólatra,
precisa parar de beber, a inflação tem uma certa conotação com o enxugamento da
liquidez. Só que me causou perplexidade que o Governo Federal se instalou,
recentemente, tendo como Presidente
Fernando Collor de Mello, para fazer um enxugamento da liquidez. Ele fez, na
minha concepção, o maior confisco que se tem notícia, porque avançou na
economia popular, confiscou a poupança, bloqueou a poupança e incoerentemente,
como o controle da moeda é estatal, eu vi com tristeza a facilidade como a
Ministra da Economia determina ao Presidente do Banco Central a emissão de
moeda, e começa com a maquininha a emitir moeda e estanca o crescimento e, conseqüentemente,
esse desequilíbrio é preocupante.
Evidentemente, Dr. Anton Karl
Biedermann, que não vim aqui deitar cátedra, mas dizer que concordo em gênero,
grau e número, que passo a fazer realmente uma concentração de pensamento, a
força do pensamento para que aquilo que a entidade venha a sugerir tenha
receptividade no mundo político, que tenha receptividade nas autoridades que
decidem para que nós possamos, de uma vez por todas, retomar o crescimento.
Finalizo dizendo que me preocupa
o Governo bater no peito e dizer que fez alguma coisa em relação à inflação,
mas eu, que dou atendimento num bairro popular, um Vereador numa atividade
singela vê o maior monstro, a tristeza do desemprego. E como o Senhor muito bem
falou, são quatro milhões de desempregados. E mesmo que volte a crescer 6%, a
partir do ano que vem, é irremediavelmente perdido, de forma que acho que estão
precisando as autoridades governamentais, ouvirem um pouco mais os segmentos
que compõem a Nação e, realmente, se mostrarem receptivas a estas sugestões, e
ter a grandeza e a humildade, porque humildade é grandeza, de aproveitarem
essas idéias para que nós tenhamos melhores dias e menos agruras. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Airto
Ferronato, que falará pela Liderança do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro.
O SR. AIRTO FERRONATO: Exmo Sr. Ver. Antonio
Hohlfeldt, Presidente desta Casa, Exmo
Sr. Anton Karl Biedermann, Presidente da Federasul, quero saldar a presença de
V. Exª aqui no Plenário e, em especial, a presença do meu querido professor
Oscar Antunes, que foi meu professor nos idos de 1970/1971 e que,
posteriormente, foi meu colega e continua meu colega na Secretaria da Fazenda
do Estado do Rio Grande do Sul e que também é meu colega na Faculdade de
Ciências Contábeis e Administrativas São Judas Tadeu, meu professor e
duplamente meu colega, o meu especial abraço.
Como técnico há mais de quinze
anos, tenho atuado na área das finanças públicas, ouvi atentamente a exposição
do Dr. Biedermann e filio-me a muitas destas posições. Temos tido, nestes
últimos anos, na oportunidade, uma política governamental que se baseia muito e
quase que exclusivamente na poupança pública, ou seja, tem-se buscado reter
recursos públicos ao máximo possível, aplicando estes recursos no sistema
financeiro. E eu avalio isso, particularmente, como um sério e grave equívoco,
porque a experiência tem demonstrado que este tipo de política tem viabilizado
uma aparente melhora nas finanças públicas, mas tem gerado um decréscimo enorme
no crescimento da economia. Acredito, a minha visão é de que os entes públicos
devem gastar e gastar, porém gastar aquilo que têm e com critérios, porque só
assim conseguimos gerar riquezas para a economia no seu todo. Entendo que os Executivos
Estaduais e Municipais e o Federal cometem um grave equívoco quando se
preocupam em aplicar recursos no sistema financeiro. O que se deve fazer é
aplicar em obras, investimentos e serviços para o crescimento do Município, do
Estado e da União.
Concordo com o primeiro ponto,
quando se diz que o Estado e a União gastam demais e descriteriosamente. Nós
entendemos que se deve gastar aquilo que se tem, aplicar e investir nos setores
produtivos e sociais deste País, onde as carências são enormes. Também vejo com
preocupação o atual Sistema Financeiro Monetário Nacional, quando temos o Banco
Central do Brasil, que está ligado ao Executivo, que recebe ordens do
Comandante-Maior do País.
Para finalizar gostaria de deixar
registrada a minha posição a respeito do Sistema Tributário Nacional. Entendo
que qualquer sonho com crescimento neste País, com melhorias sociais neste País
passa por uma reforma tributária bastante séria e que busque diminuir essa
enorme e equivocada carga tributária que recai sobre a população deste País.
Li, há algum tempo, uma informação que dizia que reduzindo em 30% a carga
tributária deste País seria possível aumentar em torno de 50% o valor do
salário dos trabalhadores. Acho que é o caminho, porque onde reduzirmos a carga
tributária e dermos maiores salários, quer no setor público, quer no setor
privado, nós teremos com isso aquele círculo que todos nós conhecemos, ou seja,
maiores salários, maior imposto, mais salário, mais renda, mais lucro, mais
atividade, e assim por diante.
Para encerrar, queremos registrar
isso e dizer que a nossa Casa tem agido com acerto quando instituiu a Tribuna
Popular aqui para a Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Leão de Medeiros): Com a palavra
o Ver. João Dib, pela Bancada do Partido Democrático Social.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
meu caro Dr. Anton Karl Biedermann e seus Assessores. Ouvi há bastante tempo
uma frase que me ficou profundamente gravada: ação sem razão é precipitação;
razão sem ação é omissão. Eu quero cumprimentar as classes empresariais na
pessoa de V. Sª, quando trazem a esta Casa decálogo mostrando que estão atentos
e que querem dar a sua participação na solução de problemas. Na verdade são
difíceis as coisas, como difícil é o momento em que nós estamos vivendo. Mas se
é difícil é porque está faltando responsabilidade, está faltando competência. E
até de repente nós vemos entre essas coisas que estão aqui no decálogo, eu
colocaria uma das mais importantes que é a modificação da Constituição. Essa
Constituição que preside os nossos atos não foi feita com a consciência de
brasileiros que se dedicassem à solução dos problemas da Pátria, mas foi feito
por muita gente que tentou e conseguiu resolver os seus próprios problemas.
Então, nós precisamos urgentemente modificá-la, porque foi, sem dúvida nenhuma,
e eu já dizia antes que ela fosse votada, antes que os Deputados fossem eleitos
para sua votação, que seria a grande frustração do povo brasileiro a nova
Constituição. Porque ao povo era mostrado que nós teríamos a solução de todos
os nossos problemas, porque as Cartas outorgadas não tinham valor. Mas nós
estamos verificando que ela precisa ser mudada, e espero que seja mudada.
Outro ponto que destaquei é com
respeito aos contratos perfeitos. O governo, agora recentemente, perdeu na
Justiça, felizmente, porque há um pouco de coisas boas na Justiça, quis tirar
de todos os mutuários do Serviço Federal de Habitação alguma coisa que estava
num contrato perfeito e que não podia ser modificado. Eles queriam modificar um
contrato, que é o acordo de duas vontades, por uma Lei, um absurdo que a
Justiça parece que coloca em planos corretos. Em relação à redução dos gastos
públicos, esta é uma coisa muito importante e muito mais fácil do que parece. A
primeira meta para se reduzir os gastos públicos e a valorização dos servidores
públicos, quer sejam eles municipais, estaduais ou federais, vale dizer que, se
eu tenho uma equipe de servidores, hoje eu sou Governador, sou Prefeito, ou sou
Presidente da República, amanhã eu sou substituído e eles continuam. Então, há
necessidade de trazer mais estagiários, mais cargos comissionados e mais não
sei quantas funções gratificadas e deixar aqueles servidores, que têm a
competência e que conhecem os problemas, relegados a planos secundários. Não
adianta vir a economizar o cafezinho, combustível ou o automóvel, nada disso
adianta. Valorização dos servidores públicos e exigir deles trabalho, paguem
todos que trabalham. Se alguém não comparece para assinar o ponto, não precisa
fazer mais nada do que esperar trinta dias e demitir, porque todos os estatutos
municipais, estaduais e federais dizem a mesma coisa: trinta faltas
consecutivas é razão bastante para dispensa. Não apareceu, não recebe.
A reforma do sistema de ensino,
realmente, eu que tenho mais idade, sou o Vereador mais antigo desta Casa, mais
velho, passei por várias reformas de ensino desde 1942, e cada reforma nós
pioramos o ensino, nós ensinamos menos. Os nossos universitários só sabem fazer
cruzinhas, não sabem estudar, fazer uma dissertação sobre um determinado tema.
Nós fazíamos vestibular com exame oral, o indivíduo tinha que saber, senão não
passava. Agora, nós temos milhares de técnicos científicos formados neste País
que, um dia, teve a Guerra dos Canudos, e, agora, vai ter uma revolução dos
canudos, os universitários formados que não têm o que fazer neste País, porque
nós ensinamos mal, não temos mercado de trabalho.
E, também, o controle da
natalidade, que é uma coisa extremamente importante, realmente controvertida,
já que a Igreja coloca o problema de uma maneira, a sociedade coloca de outra
maneira, mas todos têm dificuldades em enfrentar este problema extremamente
sério e, como bem colocou V. Sª, aqui, se distribuísse todos os lucros de todas
as empresas, nós daríamos cem dólares para cada brasileiro e isto não teria
sentido nenhum, não resolveria o problema de todos.
Agora precisamos, sim, controlar
a natalidade e fazer com que os novos brasileiros cheguem ao nosso meio e sejam
pessoas capazes de fazer a grandeza da Pátria.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Com a palavra
o Ver. Omar Ferri, pelo Partido
Socialista Brasileiro, em tempo de Liderança.
O SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
cumprimento o Sr. Anton Karl Biedermann, pessoa que eu muito aprecio e tenho
relações de amizade, pois faço parte do Conselho do Grêmio Náutico União, e V.
Sª presidiu brilhantemente e com muita capacidade um dos maiores clubes da
América Latina, que é aquela agremiação. Também quero cumprimentar o Sr. Oscar
Antunes, meu companheiro de embates políticos e contemporâneo de faculdade há
mais ou menos trinta ou trinta e cinco anos, o meu abraço a ambos. Não estive
aqui, Dr. Biedermann, no momento em que V. Sª usava a Tribuna Popular, pois um
pequeno acidente de trânsito me fez perder uma meia hora, mas o nosso colega
João Dib anotou alguns tópicos da sua palestra e eu aí também os anotei, o que
significa que minhas palavras não serão apropriadas nem adequadas, porque não
lhe ouvi. Eu pretendo, ao menos, louvar-lhe nas anotações do Ver. João Dib.
É evidente que, embora exista uma
amizade muito próxima entre nós, em matéria de idéias eu venho divergindo de V.
Sª e V. Sª sabe disso. Divergi, também, dos tópicos assinalados pelo Ver. João
Dib, por exemplo, quanto ao direito de propriedade. Desde a Revolução Francesa,
desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos a propriedade se transformou
em sagrada, praticamente intocável. No entanto, o direito moderno, a sociologia
moderna, os tempos modernos condicionam ao direito de propriedade a função
social que ela deve exercer. Por isso eu entendo que o direito de propriedade,
embora sagrado, tenha este limite, porque mais sagrado que o direito de um
homem são os direitos de uma sociedade.
Outro tópico, o controle da
política monetária, aí está uma contradição entre a política desenvolvida pelo
neoliberalismo e a nova mensagem da economia moderna nascida das brilhantes
idéias de John Maynard Keynes. Enquanto querem ressuscitar um sistema liberal
que morreu de morte matada, há cento e tantos anos, enquanto querem impor a
liberdade total através da economia de mercado, também, por outro lado exigem o
controle da política monetária. E querem a criação de um Banco Central
independente, feito que é impossível, porque a política monetária diz respeito
aos altos interesses das finanças da Nação e à necessidade absoluta de
regulamentar e de intervir quando isso se faz necessário, em benefício, em
razão do interesse público, e em benefício de todos.
Quanto à modificação da
Constituição, ora Dr. Biedermann, um americano chegou em Porto Alegre há uns
três ou quatro anos, e naquela oportunidade profetizava que esta Constituição
que se pulverizava em casuísmos, que era elaborada e atomizada ao mesmo tempo,
não ia sortir nenhum efeito. O professor Dalmo de Abreu Dalari, professor da
Universidade de São Paulo, num livro sobre Constituição intitulado “O que é o
Poder Constituinte” ou “O que é uma Constituição”, eu não me lembro bem,
assinala que a Constituição mais bem feita, elaborada e formulada e melhor
clausulada, no sentido sócio-econômico, social, político e liberal da América
Latina é a Constituição do Paraguai, o País mais estupidamente brutal em
matéria de supressão dos direitos políticos e sociais. Meros clausulamentos
formais, por melhor elaborados que sejam, não resolvem nada. Essa foi a minha
opinião e a tonalidade do meu discurso no dia da promulgação da nossa Lei
Orgânica, 3 de abril do ano passado, nesta Casa.
Em relação à redução dos gastos
públicos, na teoria é um tema até muito bonito, só que são milhares e milhares
de desempregados. Talvez melhor se dissesse que as empresas desse País
deixassem de sonegar tanto quanto sonegam, porque o operário não sonega; o operário
quando compra um sapato, uma camisa está pagando imposto, quando compra a
comida está pagando imposto.
Só para terminar, Sr. Presidente,
eu poderia falar neste setor mais de uma hora, mas o controle da natalidade é
outra panacéia. Esse é o País mais despovoado do mundo, com vinte ou vinte e
cinco habitantes por quilômetro quadrado, enquanto o Japão, o mais rico, tem
350 habitantes por quilômetro quadrado. Isso também não resolve. Permita-me,
portanto, eu trombeteio a nossa amizade, eu trombeteio a minha admiração por V.
Sª, mas eu alardeio, através deste microfone...
(Aparte anti-regimental do Ver.
Artur Zanella.)
O SR. OMAR FERRI: Sou muito amigo, Ver. Artur
Zanella, porque não sou cínico e nem demagogo. O Senhor, de vez em quando é
irônico, também não sei se isso é cinismo, farisaísmo ou demagogia da mais
barata encontrada na volta do Mercado Público desta Cidade.
Para o Senhor ver, Dr.
Biedermann, como é importante para esta Casa uma Tribuna Popular, que o Senhor
veja os meus passos, aqui, para ver se um projeto de lei foi demagogo ou se um
comportamento meu foi desairoso, e V. Sª que representa as classes comerciais e
empresariais desta Cidade sabe que muitas vezes alguns Vereadores transformaram
isso aqui numa banca de negociatas, para o desabono e a péssima imagem desta
Casa.
Portanto, tenha V. Sª certeza que
esses fatos não deverão mais ocorrer e que esta Câmara haverá de representar
com muita dignidade a confiança que o povo de Porto Alegre lhe conferiu. O meu
abraço a V. Sª, o meu abraço a Oscar Antunes. Sejam bem-vindos. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. João Motta.
O SR. JOÃO MOTTA: Prezado empresário Anton Karl
Biedermann, Presidente da Federasul; Presidente da Câmara, Ver. Antonio
Hohlfeldt; demais companheiros. Daria para se afirmar, até, que quando nos
encontramos na semana passada no lançamento do Fórum contra Recessão e
Desemprego, fórum este articulado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre com
vários empresários, havia, há uma entidade entre todos nós que é basicamente a
preocupação de enfrentarmos a inflação e projetarmos a retomada do crescimento
da economia brasileira. Portanto, neste ponto de vista não temos qualquer
dúvida de que, de fato, hoje, em nível de Município, em nível do nosso próprio
Partido, inclusive, e essa preocupação que parece unificar vários setores que
exercem as múltiplas atividades econômicas na sociedade brasileira, razão pela
qual nós não escondemos isso. Ao contrário, estamos aprendendo também, nesse
processo de governo, que essa discussão sobre a governabilidade e para quem
está hoje no exercício de parcela dela, coloca de fato o desafio de
construirmos alternativas, pelo menos, senão alternativas estruturais,
alternativas que amenizem essa situação de crise.
As alternativas que lançamos
nesse Fórum, como exemplo a cesta básica do mercado público, as feiras-modelo,
elas demonstram pelo menos um rumo que prevê, que abre a possibilidade de
termos, no âmbito do Município, medidas concretas no sentido de amenizar essa
realidade de crise cujas conseqüências, não temos dúvidas, são jogadas sobre os
ombros dos assalariados. Entretanto, não poderíamos deixar de demarcar nesse
momento, principalmente o discurso do atual Presidente da República Collor de
Mello, que aparentemente faz um discurso moderno, faz um discurso em defesa da
reconstrução nacional, em defesa do chamado Brasil Novo e, lamentavelmente,
adota o ideário do chamado neoliberalismo e que já vem há muitos anos jogando o
País num processo de sucateamento, de crise social, de desemprego, cujos
índices hoje, lamentavelmente, nós já estamos superando alguns países que eram
considerados do Terceiro Mundo.
Hoje, por exemplo, temos um
mercado que envolve apenas 10% da população brasileira. Este é um dado
contundente para um País que tem o potencial do Brasil. E mais do que isso, o
Governo, ultimamente, toma iniciativas em nível do Congresso Nacional e em
nível da própria reforma de seu Ministério, que recentemente foi feita, cuja
lógica, sem dúvida nenhuma, tem sido uma negociação direta com determinados
setores da economia brasileira que sempre foram setores conservadores, ou seja,
que nunca projetaram o desenvolvimento da economia brasileira a partir de uma
ótica social; ao contrário, a visão e a lógica, principalmente dos grandes
monopólios ligados ao capital financeiro, foi a lógica de fato do sugamento da
riqueza e do trabalho no Brasil. Com isso não podemos concordar. Portanto,
neste momento nos parece importante fazer esta reflexão, de que se há esta
identidade por um lado, de que nós queremos combater a inflação e apresentar um
projeto que retome o desenvolvimento da economia brasileira, queremos dizer que
isto passa por nós fazermos este debate com setores da economia que têm
demonstrado assumir posições contrárias a este processo. Portanto, afirma a
idéia que joga exatamente a economia brasileira num processo cada vez mais de
submissão ao grande capital internacional e a um processo cada vez maior de
concentração de renda.
Queremos dizer que até mesmo a
questão da propriedade privada, hoje, deve ser pensada de uma forma mais
moderna, e pensar propriedade hoje é pensá-la sob o ponto de vista social, sob
o ponto de vista daquilo que poderia ser algo que trouxesse para a sociedade
algum tipo de benefício. Portanto, esta visão destes setores da economia
brasileira que estão bem articulados com o Presidente Collor, nós não
poderíamos deixar de criticar.
Para concluir, gostaria de
reafirmar que acreditamos em todos os setores da economia, inclusive
independente de partido e ideologia, que se disponham a discutir e a debater, a
partir do Fórum Nacional Contra a Recessão e Desemprego, que está organizado
por todos os partidos políticos, pela Ordem dos Advogados do Brasil e pelas
várias entidades da sociedade civil em nível do Congresso Nacional, para a
partir daí, sim, de fato tirarmos um programa político capaz de combater a
inflação e fazer com que a economia brasileira volte a crescer novamente. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador).
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o Partido Trabalhista Brasileiro, Ver.
Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente da Câmara, Sr.
Biedemann, nós, ao ouvirmos V. Sª elencar os motivos pelos quais V. Exª veio a
esta Câmara participar da Tribuna, a luta que V. Sª empreende junto aos empresários
no sentido de fazer com que a nossa sociedade possa tomar rumo melhores, muito
embora discordando de alguns pontos, nos associamos a esta luta.
Mas quando nos dirigíamos aqui
para a Câmara Municipal, nós ouvíamos uma notícia que nos deixava até certo
ponto estarrecidos, e que contraria completamente esta boa vontade dos diversos
setores da sociedade para que possamos dar novos rumos a este Brasil. Todo
mundo sabe do incidente ocorrido com o Ministro do Trabalho, Sr. Magri, e todo
mundo esperava que o Presidente da República tivesse uma atitude forte a esta
altura do acontecimento, e mostrasse para toda a Nação que o Governo brasileiro
não estava disposto a tolerar molecagem como aquela acontecida em Genebra.
Mas o que nós ouvíamos nas
notícias veiculadas hoje, às duas horas da tarde, quando estávamos nos
encaminhando aqui para a Câmara Municipal, era exatamente o oposto daquilo que
todos nós pensávamos que pudesse acontecer. Na verdade, o Sr. Presidente da
República Dr. Fernando Collor de Mello, já afirmou que não vai demitir o
Ministro Magri e que hoje, às 17 horas, estará apresentando para toda a Nação
os verdadeiros motivos pelos quais o Ministro, depois de pedir desculpas para o
Presidente da República, vai continuar num cargo tão importante como é o
Ministério do Trabalho. E a gente começa a desacreditar de tudo, a gente começa
a acreditar que a única ação lógica que a Nação brasileira pode ter, neste
exato instante, é uma ação contrária a este vandalismo que se estabeleceu lá em
Brasília. Através de Brasília eles procuram detonar toda a boa vontade da Nação
brasileira para que nós possamos tornar este Brasil um Brasil melhor, e a gente
vendo o esforço de V. Sª e dos seus companheiros também, para darem uma nova
visão para este País, os outros setores também podem ser até antagônicos nos
métodos a serem utilizados, mas todos querendo chegar a um ponto melhor, de
repente se frustram, se decepcionam com as medidas fracas, com as medidas
moleques que vêm de Brasília e que de repente distorcem completamente o sentido
da luta de todos nós.
Tem alguma coisa aqui que eu
gostaria de comentar, nesse decálogo apresentado por V. Sª, que talvez não
cheguemos a concordar completamente. Quando V. Sª fazia o comentário a respeito
dos contratos perfeitos, dizia exatamente sobre os problemas ocasionados aos
credores pela deflação, e eu acredito que uma das únicas medidas que veio a
beneficiar o consumidor, nos últimos tempos, foi exatamente essa tal de
tablita, porque o resto penalizou, até o próprio congelamento foi feito pelo
pico. O congelamento não foi feito exatamente em cima dos preços praticados
naquela época, foram preços praticados dez dias depois. É claro, até seria
lógico que o comerciante pudesse também respirar, mas acho que uma das únicas
medidas justas, nos últimos tempos, que veio beneficiar o consumidor foi a
tablita. Mas, no resto, essa luta que V. Sª está propondo, que há muito tempo
nós sabemos que V. Sª é um dos grandes líderes dessa luta para que a sociedade
brasileira possa atingir melhores níveis, pode ter certeza que recebe o apoio
do Partido Trabalhista Brasileiro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o Ver. Nereu
D’Ávila, que falará em nome do Partido Democrático Trabalhista.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente; Srs. Vereadores;
Exmo Dr. Anton Karl
Biedermann, Presidente da Federasul e Associação Comercial de Porto Alegre; Exmo Dr. Oscar Antunes de
Oliveira, Diretor-Secretário; Sr. Paulo César Flores, Jornalista da Federação
das Associações Comerciais do Estado do Rio Grande do Sul.
Nós não poderíamos deixar de
agregar a solidariedade da Bancada do Partido Democrático Trabalhista – PDT – à
presença de V. Sª nesta tribuna, ocupando o espaço da Tribuna Popular. Nós
tivemos uma convivência muito fraterna por ocasião do governo do Prefeito Alceu
Collares, com a Federasul, onde contrariando o que havia sido dito, através de
César Rogério Valente e de outras lideranças da época, por ocasião da
candidatura de Alceu Collares à Prefeitura, que tinham a impressão de que o
Prefeito Alceu Collares não teria a flexibilidade para trabalhar com órgãos de
classes, com dirigentes que, sabidamente, não tinham votado no PDT para
Prefeito. Qual não foi a surpresa de V. Sas quando nosso trabalho
não só teve a maior harmonia, como também teve colaboração mútua, tendo sido
pautadas soluções para o centro da Cidade, como a humanização do centro, com
atitudes em favor do povo e não, demagogicamente, em favor de atravessadores
que apenas se servem de instrumentos legais do comércio para auferir lucros.
A Bancada do PDT quer, neste
momento em que V. Sª lança, através da Tribuna Popular, um decálogo de
colaboração às soluções dos problemas graves que o País atravessa, dizer que a
luta é de todos, que V. Sas dentro da trincheira de órgãos
importantíssimos como a Federasul e a Associação Comercial, estão também
trabalhando, evidentemente, em prol da solução dos problemas brasileiros. Creio
que o Sr. César Rogério Valente, que hoje ocupa cargo de destaque em nível
nacional e que tinha uma visão claramente favorável à política do governo
anterior e, também, à do atual governo, já esteja se decepcionando, se é que já
não está. E, no sucateamento da economia, na tentativa de buscar-se, através de
uma política recessiva, embora a inflação contida seja um desejo de todos os
brasileiros, nós temos pago um preço muito alto, porque sem investimento não
adianta deixar a inflação em três, quatro por cento ao mês se o preço é o custo
social, a recessão, o não-crescimento e a não-geração de riquezas em nível
nacional e regional. Estamos começando também em nível estadual um Governo que
sofre, como outros já sofreram, as inibições de um mecanismo emperrado da
máquina estatal e cuja decidida participação do Governador Collares há de mudar
os rumos deste Estado. Alguns estão entendendo mal, achando que 30% de
investimentos em prol de todos os gaúchos, até o final do Governo, podem vir em
detrimento de corporações ou corporativismos que lutam somente por si e não
tendo a visão global de todo o Rio Grande. Vêem a árvore, mas não vêem a
floresta, mas temos a certeza de que o Governador Collares há de fazer um
grande Governo, como fez Leonel Brizola no período de 1959 a 1963. E vencendo
esta primeira etapa, não há dúvida de que as soluções passam pelo esforço de
todos, e não se beneficiar apenas alguns, como se todos não tirariam proveito
da riqueza de todos para dividir. Aí sim, entra até as corporações atingidas.
Eu saúdo V. Sª e a sua vinda a esta Casa, nesta tarde. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós suspendemos os trabalhos da
presente Sessão para as despedidas ao Dr. Biedermann e demais integrantes da
Federasul, que aqui se encontram, e depois retomaremos a Sessão da tarde de
hoje.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h33min.)
O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt – às 15h34min): Havendo “quorum”, nós reabrimos os trabalhos. Questão de Ordem com o
Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, requeiro a
inversão dos trabalhos na seguinte ordem: Pauta, Ordem do Dia, Grande Expediente
e Comunicações.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos à
PAUTA – DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. Nº 1223/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 084/91, de autoria do Ver.
Isaac Ainhorn, que institui monumento de caráter histórico-cultural em
homenagem a João Belchior Marques Goulart e dá outras providências.
PROC. Nº 1378/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 101/91, de autoria do Ver.
Elói Guimarães, que denomina Rua Cel. Ricardo Leal Kelleter um logradouro
público localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC. Nº 1439/91 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 012/91, que autoriza a
Fundação de Educação Social e Comunitária – FESC – a abrir créditos adicionais
no valor de Cr$ 62.774.663,25 e dá outras providências.
PROC. Nº 0206/91 –
SUBSTITUTIVO N° 01, de autoria do Ver. Clóvis Brum, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 014/91,
de autoria do Ver. Mano José, que torna obrigatória a instalação de cintos de
segurança nos veículos licenciados para operar no Serviço de Transporte Escolar
e dá outras providências.
PROC. Nº 0835/91 –
SUBSTITUTIVO Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/91, ambos de autoria do Ver. Edi Morelli, que as edificações destinadas a Shopping Centers e seus congêneres
deverão ser providas de ambulatório médico para atendimento emergencial.
PROC. Nº 0850/91 –
SUBSTITUTIVO Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 049/91, ambos de autoria do Ver. Elói Guimarães, que acrescenta §§ 1º e 2° ao art.
7º da Lei n° 5.891/86, que estabelece Metodologia para o Cálculo de Tarifas no
Serviço de Transporte Coletivo por ônibus em Porto Alegre.
PROC. Nº 1081/91 –
SUBSTITUTIVO N° 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 066/91, ambos de autoria do Ver. Edi Morelli, que estabelece prioridade de
atendimento, em todas as repartições públicas municipais, estabelecimentos
bancários e comerciais, às pessoas idosas, às portadoras de deficiência física
e às gestantes.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0724/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 043/91, de autoria do Ver.
Vicente Dutra, que autoriza o Executivo Municipal a criar a Defensoria Pública
e dá outras providências.
PROC. Nº 2368/90 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/90, de autoria do Ver.
Leão de Medeiros, que possibilita a fiscalização pelas bancadas parlamentares,
com representação na Câmara Municipal, dos atos de concorrência pública de
iniciativa do Poder Executivo Municipal.
PROC. Nº 1350/91 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 011/91, que autoriza o
Executivo Municipal a abrir crédito especial no valor de Cr$ 300.000,00 e dá
outras providências.
PROC. Nº 1375/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 021/91, de autoria do Ver.
Luiz Braz, que concede o Prêmio Literário “Érico Veríssimo” à Senhora Maria
Elisa Carpi Nejar.
PROC. Nº 1160/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 074/91, de autoria do Ver.
Clóvis Brum, que denomina Rua Marechal José Machado Lopes um logradouro público
localizado no Bairro Jardim Sabará.
PROC. Nº 1023/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 063/91, de autoria do Ver.
Elói Guimarães, que denomina Jardim Floresta a atual Vila Floresta.
PROC. Nº 0924/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 051/91, de autoria do Ver.
Omar Ferri, que obriga o Município a implantar recuo do meio-fio do canteiro
central da Av. Ipiranga e dá outras providências.
PROC. Nº 1351/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 018/91, de autoria do Ver.
Jaques Machado, que concede o título honorifico de Cidadão Emérito ao Sr. Ruben
Eugen Becker.
PROC. Nº 1365/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/91, de autoria da Verª
Letícia Arruda, que estabelece data para comemoração do Dia Internacional da
Mulher, pela Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC. Nº 0876/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 034/91, de autoria do Ver.
João Motta, que dispõe sobre a defesa do consumidor no âmbito do Município de
Porto Alegre e dá outras providências. Com
Emendas nos 01, 02 e 03.
PROC. Nº 1274/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 090/91, de autoria do Ver.
Edi Morelli, que concede gratuidade no transporte coletivo do Município de
Porto Alegre nos feriados nacionais e municipais.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 1273/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 089/91, de autoria do Ver.
Artur Zanella, que denomina Praça Emílio Olivo Sessa um logradouro público
localizado no Bairro Farrapos.
PROC. Nº 1287/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIO Nº 091/91, de autoria do Ver.
Artur Zanella, que denomina Praça Conselheiro Affonso Pereira da Fonseca um
logradouro público localizado no Bairro Farrapos.
PROC. Nº 1173/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/91, que altera
dispositivo do art. 36 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987,
alterada pela Lei Complementar nº 180, de 18 de agosto de 1988, modificando o §
4º, e dá outras providências.
PROC. Nº 1290/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 093/91, de autoria do Ver.
Clóvis Brum, que dispõe sobre a suspensão temporária do pagamento da taxa de
água e esgotos ao Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) para
munícipes desempregados e dá outras providências.
PROC. Nº 1360/91 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/91, de autoria do Ver.
Edi Morelli, que denomina Praça Normelina Lemes Muniz um logradouro público
localizado no Bairro Farrapos.
PROC. Nº 1369/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 100/91, de autoria do Ver.
Adroaldo Corrêa, que denomina Praça XX de Novembro um logradouro público
localizado no Bairro Jardim Carvalho.
PROC. Nº 1324/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 017/91, de autoria da Verª
Letícia Arruda, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Senhora
Raquel Cagi.
PROC. Nº 1354/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/91, de autoria do Ver.
Antonio Hohlfeldt, que concede o prêmio literário “Érico Veríssimo” à
Professora Universitária Maria da Glória Bordini.
PROC. Nº 1179/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 078/91, de autoria do Ver.
Nereu D’Ávila, que autoriza o Executivo Municipal a cercar o Parque
Farroupilha.
PROC. Nº 1182/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 025/91, de autoria do Ver. Décio Schauren, que torna obrigatória a inclusão de
dispositivos para a fixação de andaimes em edificações no Município de Porto
Alegre.
PROC. Nº 1234/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/91, de autoria do Ver.
Luiz Braz, que determina a execução do Hino Nacional Brasileiro, antes do
início das aulas, na rede de ensino público municipal de Porto Alegre.
PROC. Nº 1082/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/91, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, que dispõe sobre assessoramento
técnico pelo Município aos projetos de iniciativa popular.
PROC. Nº 1225/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 085/91, de autoria do Ver.
Gert Schinke, que institui o Programa Municipal de Ciclovias e dá outras
providências.
PROC. Nº 1232/91 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/91, que estabelece o
montante da reserva de Índices Construtivos para fins de alienação e o
respectivo Plano de Distribuição.
PROC. Nº 1009/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 061/91, de autoria do Ver.
Leão de Medeiros, que altera a localização da Praça Dr. Ernesto Correa, no
Loteamento do Parque do Arvoredo – Bairro Jardim Itu/Sabará.
PROC. Nº 1311/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/91, de autoria do Ver.
Vicente Dutra, que denomina Esplanada Engº Ruy Tedesco um logradouro público
localizado no Bairro Praia de Belas.
PROC. Nº 1080/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/91, de autoria do Ver. Clóvis Brum, que dispõe sobre Tarifa de Água e
Esgotos, alterando dispositivo da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de
1987 e nº 180, de 18 de agosto de 1988, e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Pela ordem de inscrição na
Discussão Preliminar de Pauta, Ver. Clovis Ilgenfritz. Desiste. Ver. Adroaldo
Corrêa.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, eu discutirei o Projeto do Ver. Edi Morelli, Processo nº
0835/91, até para dar um alerta ao Vereador autor do Projeto, de que novos
serviços de saúde no Município são responsabilidade de instalação o Sistema
Único de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde, conforme a Lei Orgânica
Municipal. E da participação que tenho tido nessa Comissão, que quinzenalmente
se reúne com o Presidente da Comissão de Saúde e com dez comissões locais de
saúde no Município de Porto Alegre, também com uma representação estadual, vejo
que é razoável que se apresente lá, não o Projeto, mas a discussão da
construção neste Shopping Center, na
medida em que não é um tema que tem aparecido, de um ambulatório médico. É um
local de grande concentração, e idéia é correta, talvez do ponto de vista da
necessidade, e talvez a instalação seja obrigatória, inclusive pelas dimensões
de cada um dos equipamentos citados no seu Projeto. Sugeriria que V. Exª
encaminhasse à Coordenação da Comissão Interinstitucional Municipal de Saúde a
discussão, pedindo que entrasse em pauta e que houvesse daquela Comissão um
parecer para orientar a discussão desta Câmara de Vereadores. A iniciativa
também compete ao Vereador, mas a instalação, se público for o serviço, depende
de aprovação daquele Conselho.
Era esta a discussão que gostaria
de fazer, já que o seu Projeto está em primeira Sessão, do ponto de vista do
que propõe a Lei Orgânica, art. 160, § 4º. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, com a palavra o Ver.
Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, primeiramente
gostaria de fazer uma Questão de Ordem.
O SR. PRESIDENTE: Não é possível da tribuna.
O SR. ARTUR ZANELLA: Então, vou dizer que quero fazer
uma Questão de Ordem tão logo termine o discurso, porque estava esperando que o
Ver. Omar Ferri viesse à sala e como S. Exª está aí, o farei tão logo saia da
tribuna.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
examinando uma série de processos, já em função do que ocorre no debate de
outros projetos, quero nesta discussão de Pauta, examinando, por exemplo, o
projeto do Ver. Clóvis Brum sobre o problema de água; do Ver. Décio Schauren,
que trata sobre a fixação de andaimes; do Ver. Gert Schinke, sobre as
ciclovias; outro sobre tarifa de
água, vou propor amanhã, na CUTHAB, que estes projetos tenham interferência com
entidades, que eles sejam distribuídos às entidades. E, se possível, feita uma
discussão prévia com pessoas interessadas.
O que não quero, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, é que sejam votados projetos, aqui, que depois, na última
hora, apareçam entidades interessadas dizendo que não sabiam, que não haviam
sido consultadas. Então, a CUTHAB, e eu como Presidente daquela Comissão,
quando o projeto chegar lá, seguramente vou encaminhar cópias àquelas entidades
que eu imagino tenham algum tipo de relacionamento com o projeto. E, eventualmente,
serão realizadas reuniões, mas quero deixar bem claro: reuniões em acordo com o
Vereador que tenha apresentado o projeto. Não há interesse da Comissão, e quero
ver como é possível isso, fazer rapinagem, fazer pirataria em projetos de
outros. Mas o que eu tenho notado é que no dia da votação comparecem aqui
pessoas, entidades, dizendo que não sabiam do projeto, ou, o que é pior, depois
de aprovado o projeto e alterada a legislação, ou criada uma nova legislação,
procura-se corrigir essa votação com a chegada de novos elementos, com a
chegada de novas informações. Então é por isso que, dando um exemplo do Ver.
Clóvis Brum, aqui, se S. Exª permitir, na época oportuna essas tarifas de água
e esgoto, que se alteram, seria convidado um dia, se o Vereador concordar, um
convite para o Diretor do DMAE aqui comparecer ou receber esse Projeto. Então,
Ver. Clóvis Brum, como V. Exª é um dos Vereadores mais antigos em atividade
aqui na Casa, a idéia é fazer com que chegue a todos os interessados a cópia
desse Projeto.
O Sr. Clóvis Brum: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Exª percorre um caminho louvável. Acho que se
todas as Comissões Técnicas da Casa quando se deparassem com um projeto que
envolve setores interessados, claramente identificados, fizessem convocação
desse setor para debater no âmbito das Comissões esses projetos, traria um
subsídio muito interessante e muito respeitado. Então, Ver. Zanella, fique à
vontade na condução dessa proposta de convocar as entidades.
O SR. ARTUR ZANELLA: Eu vou amanhã, na reunião da
CUTHAB, somente sugerir, e depois, se for aceito no âmbito da Comissão, faremos
um modelo de como deve ser feito isso e encaminharíamos a todos os Vereadores,
a todas as Lideranças. Há poucos dias encontrei-me com um líder de uma entidade
que dizia: este projeto é um absurdo, uma barbaridade. Depois eu descobri que o
projeto era do Ver. Luiz Machado. E perguntava ele como estava o projeto. Eu
respondi que não sabia. Perguntei o nome do Vereador que tinha apresentado, mas
ele não sabia, não tinha lido o projeto, não sabia de nada, mas dizia que
aquilo era essencial para as atividades das empresas, que ele presidia. Eu
disse: se ele é tão essencial assim, você tem que estar com técnicos,
advogados, enfim, com uma série de pessoas trabalhando o projeto, e não num
acontecimento social me dizer que aquilo era importantíssimo para as suas
atividades, só que ele não sabia quem tinha apresentado o projeto, não tinha
lido. Depois, na hora de votar, é um dos que chegará aqui pedindo adiamento.
Enfim, uma série de assuntos que eu acho que numa discussão de Pauta cabe,
neste momento, englobando uma série de projetos, porque é muito importante,
repito, que as leis sejam debatidas nesta Casa com todas aquelas pessoas que
têm algum interesse na sua tramitação e na sua eventual rejeição e aprovação.
Encerrando, Sr. Presidente, eu
vejo com preocupação que não existe na Pauta nenhum projeto referente ao
funcionalismo, que foi um assunto tratado com grande ênfase na semana passada e
que já parece ter caído no esquecimento. Então, eu acho que projetos da Mesa ou
do Executivo devem ser tratados imediatamente por esta Casa. Uma das
preocupações que eu já externei, em reunião, é de que no dia 12 funcionários
desta Casa recebem a sua antecipação. Receberão, seguramente, nesta semana, os
atrasados do mês de maio, enquanto que o restante do funcionalismo, que é um
número maior e que têm classes que recebem menos, não tem projeto nenhum em
discussão nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu gostaria
de saber qual o amparo regimental que a Presidência tem para que não fosse
permitida a formulação de uma Questão de Ordem da tribuna. Eu gostaria de saber
para que no futuro eu não incida no mesmo erro.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa responderá imediatamente,
Ver. João Dib.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Esperei que o nosso convidado de hoje saísse, porque eu não gosto de
discutir problemas que talvez sejam até particulares. Na verdade, a presença do
Dr. Biedermann nos deu uma honra muito grande, e já cansei de analisar
comportamentos, pois cada um tem o seu. Mas me preocupou uma afirmativa do Ver.
Omar Ferri, da tribuna, e não foi a minha pequena brincadeira, quando ele dizia
que os comerciantes sonegavam impostos, mas o Ver. Omar Ferri disse que aquela
tribuna estava servindo para banca de negócios e que ele não permitiria mais
que isto ocorresse. Então, como o Ver. Omar Ferri é Vice-Presidente da Casa, e
recebeu o meu voto para isso, eu gostaria de saber se o Ver. Omar Ferri fez
alguma denúncia que aquela tribuna estava sendo objeto de uma banca de
negócios, e que ele iria evitar isso. Então, como aquela tribuna é ocupada por
todos os Vereadores desta Casa, e eu não faço dela uma banca de negócios, portanto
não me afeta em nada, pois não a faço de banca de negócios. Eu gostaria de
saber se a Mesa recebeu alguma coisa do Ver. Omar Ferri e se vai tomar alguma
providência para saber que banca de negócios é esta que está sendo tratada
naquela tribuna e que ele vai evitar.
O SR. PRESIDENTE: A Presidência responde que não
recebeu qualquer comunicação formal do Ver. Omar
Ferri e já havia orientado a Diretoria Legislativa para requerer o apanhado
taquigráfico do discurso do Ver. Omar Ferri.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Eu, em aditamento à Questão de Ordem do Ver. Zanella, já que foi
enlameada toda a Câmara, eu sugeriria, se o Vereador me permitir, que fosse
feita por escrito esta interpelação à Mesa para a responsabilidade de
apontamento dos possíveis negociadores, que fosse subscrita por todas as
Lideranças da Casa.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Nereu D’Ávila, não há
nenhum problema. V. Exª pode combinar isso com o Ver. Zanella. De qualquer
maneira eu acrescento à resposta anterior que a própria Questão de Ordem do
Ver. Zanella pode ser a origem formal do processo interno nosso,
administrativo, para a análise desta questão. Então, se V. Exª puder decidir
com o Ver. Zanella, mas se houver o Requerimento formal assinado, evidentemente
a Mesa recebe.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Se V. Exª já considerou verbalmente, aí nós dispensamos isso, eu quero
só aditar. Agora, se V. Exª recolheu, e vai tomar como um Requerimento formal,
e vai dar o devido prosseguimento, eu acho que não há necessidade de ser por escrito.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa passa a considerar como
tal, Ver. Nereu D’Ávila, e recolhe, portanto, para iniciar formalmente o
registro no protocolo e o processamento necessário. Não tinha decidido nada no
sentido de que queria ter o apanhado, relê-lo, mas diante das colocações de V.
Exª, se forma de maneira objetiva o processo e depois se examina com as
Lideranças.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, eu não pretendo
fazer nenhum Requerimento escrito, nem pretendia, porque eu acho que é uma
função da Mesa, ao menos ouviu uma afirmação dessas
na frente do Presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado do
Rio Grande do Sul. Eu acho que caberia. Eu só lembrei para que não pensassem,
Sr. Presidente, que o meu silêncio naquele momento fosse concordância com
qualquer das coisas. Só vou deixar bem claro isso aí. Eu já estou meio cansado
com essas coisas, mas para não fazer um escândalo maior eu não falei naquela
hora; só que eu não quero que o meu silêncio pareça que eu estivesse
concordando com qualquer daquelas coisas. Agora, no que ele se referiu a mim,
que era um assunto da banca do mercado, isso é outro problema. Cada um vai no
mercado que quiser. Eu gosto de ir ao Mercado Público. Agora, como eu não tenho
nada a ver com essa banca que ele está anunciando aí, eu acho que é a Mesa que
tem que tratar. E eu acho que o assunto está bem conduzido.
O SR. PRESIDENTE: A Presidência já respondeu a V.
Exª e concretamente fará esse encaminhamento e dará ciência, posteriormente,
aos Srs. Líderes para que possamos, se for o caso, discutir de maneira
conjunta.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu encontrava-me em Discussão Preliminar de Pauta e, ao
que me consta, apenas dois oradores fizeram uso da tribuna.
O SR. PRESIDENTE: V. Exª tem absoluta razão, nós
temos um terceiro tempo para Pauta que é de V. Exª, que tem a palavra.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu aproveito o período de Discussão Preliminar de Pauta, exatamente
para fazer registro de um Projeto de Lei de minha autoria e através desta
discussão eu formalizo um maior conhecimento dos colegas Vereadores, deste
Projeto. Trata-se de um Projeto de Lei que institui na Cidade de Porto Alegre
um monumento de caráter histórico e cultural em homenagem ao Presidente João
Goulart.
Eu gostaria de registrar aos Srs.
Vereadores que este ano se comemora o 15º aniversário de morte desta figura que
tem uma importância muito grande para a historiografia brasileira
contemporânea. Achei que a maneira de registrar o reconhecimento desta Casa à
importância deste vulto, que já pertence à nossa história, era o erguimento de
um monumento em sua homenagem exatamente ali onde temos o nome da Avenida
Presidente Vargas com a confluência com a Rua Edvaldo Pereira Paiva. Gostaria
também de registrar outro fato que acho importante e que faz parte de um de
seus dispositivos: é que este monumento será construído sem ônus para o
Município. Eu explico: acho que os monumentos devem fazer parte da história
desta Cidade, eles registram para a posteridade a homenagem e todo o registro
das figuras para os pôsteres. Acho que este não seria o momento mais apropriado
para que se gastassem os recursos do Município para erguimento de monumentos,
ainda que eu entenda fosse justa e merecida esta homenagem e este ônus. Mas o
registro que eu gostaria de fazer é que neste Projeto se prevê que o erguimento
deste monumento em homenagem ao Presidente João Goulart será feito sem nenhum
ônus para o Município de Porto Alegre, ou seja, este monumento será feito com
recursos que a Prefeitura receberá dos amigos e familiares do Presidente João
Goulart. Desta forma, nós estaremos prestando uma homenagem a essa grande
figura que foi o Presidente João Goulart, sem ônus para a Cidade de Porto
Alegre. É o registro que queríamos fazer aos Srs. Vereadores, em relação a este
Projeto de Lei de minha autoria, por ocasião da passagem dos quinze anos da
morte do Presidente João Goulart, neste ano, no dia 6 de dezembro. Eu acho que
é um resgate e é uma posição de justiça e de reconhecimento que esta Câmara
presta a este grande homem público que foi o ex-Presidente João Goulart. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Pauta. Há “quorum”,
passa-se à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 1010/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 012/91, de autoria do Ver.
João Motta, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Lúcio
Araújo de Quadros, “Lúcio do Cavaquinho”.
Pareceres:
- da CJR.
Relator Ver. Omar Ferri: pela aprovação;
- da CEC.
Relator Ver. José Valdir: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Em votação.
(Pausa.)
O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente, requeiro que o
Projeto em questão seja votado nominalmente.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito ao Sr. Secretário que
proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada e coleta os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 23 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PR n° 012/91.
(Votaram SIM os Vereadores Artur Zanella, Clóvis
Brum, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, José Valdir, Lauro
Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Omar
Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo, Adroaldo
Corrêa e Heriberto Back. ABSTEVE-SE de votar o Ver. João Dib.)
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de
autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, solicitando que o PR n° 012/91 seja
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Acerca do Requerimento do Ver.
Nereu D’Ávila, que solicita a deliberação, pelo Plenário, quanto à forma de
preenchimento da lacuna legal que está inviabilizando a tramitação do Processo
nº 1993/85, a Mesa informa o seguinte: este Requerimento teve sua discussão
iniciada sexta-feira passada, a partir de posicionamento de indagação do Ver.
Nereu D’Ávila à Mesa da Casa, no sentido do encaminhamento da regulamentação de
plebiscito. Lembrando aos Srs. Vereadores que a posição da Auditoria foi
encampada pela Mesa, no sentido de que cabe ao Legislativo legislar na
regulamentação do plebiscito, mas esta Presidência houve por bem delegar ao
Plenário a decisão sobre quem elaboraria o Projeto de Lei. Apenas para
explicitar, também nas discussões ficou claro que o fato de se decidir neste
Plenário que um Vereador ou uma Comissão elaborará um Projeto de Lei não
impede, evidentemente, que na sua tramitação o Projeto venha a ter Emendas ou
até um Substitutivo compatível, se assim entender o Plenário, já que ele é
soberano. Portanto, hoje, seria apenas quanto à decisão do encaminhamento. Se
esse Projeto de Lei de Regulamentação será inicialmente redigido através da
Mesa Diretora, enquanto Projeto de Resolução, de uma Comissão Especial, que seguiria
o rito tradicional, ou seja, teria a Presidência do Vereador proponente da
questão, no caso, o Ver. Nereu D’Ávila, e que escolheria o seu Relator, pela
Comissão de Justiça ou por um Vereador individualmente, ou seja, se deixaria em
aberto para a iniciativa de qualquer Vereador. Esta a explicação que a Mesa
queria dar aos Srs. Vereadores.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, com todo respeito, eu acho que nós não temos que votar
nada, a menos que a Mesa apresente algo para ser votado. Porque pode ocorrer –
estou falando em tese – que o Ver. Nereu não esteja mais interessado num
Projeto de Lei desse tipo. Não tem por que esta Casa decidir que ele vai ser
Presidente de uma comissão ou se alguém vai apresentar. A não ser que a Mesa apresente
algo para ser votado, nós não temos que votar nada, hoje, nem nunca. Eu não
vejo por que a Mesa vá apresentar algo. Ficou bem clara a situação: apresenta
Projeto quem quiser. E por que, loco neste caso, nós vamos nos reunir aqui e
fazer uma Comissão, tendo tantos outros ainda na Lei Orgânica que não foram
regulamentados? Então, eu insisto, nós não temos que votar nada, a não ser que
a Mesa apresente um Requerimento ou o Ver. Nereu faça outro tipo de
Requerimento. Agora, nós votarmos um Parecer da Auditoria, ainda que encampado
pela Mesa, não tem o menor sentido e não tem nenhum amparo no Regimento
Interno.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Zanella, a Presidência
considera essa uma questão vencida. A Mesa está apresentando algo à
consideração do Plenário, que se deve realizar uma legislação, a qual cabe a
esta Casa. Mas a Mesa não vai, em nenhum momento, decidir ela própria sobre
como se vai dar esse encaminhamento e delega isso ao Plenário. É apenas isso,
parece que isso está difícil de ser entendido. Se V. Exª requerer Comissão de
Justiça e Redação, então suspenderia a tramitação da questão, neste momento,
tal como está encaminhado.
O SR. ARTUR ZANELLA: Depois da Questão de Ordem do
Vereador, vou requerer a Comissão de Justiça.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, V. Exª acaba de dizer, exatamente, o que eu pretendia apresentar: a
Comissão de Justiça.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Não sei se
foi informado, mas se foi, retiro minha Questão de Ordem. Quando discutimos na
sexta-feira, foram levantadas três possibilidades. A Mesa está apresentando uma
proposta para que se opte por uma delas?
O SR. PRESIDENTE: Essa é a proposta, Ver. José
Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR: Qual delas?
O SR. PRESIDENTE: O Plenário decidirá, faremos uma
votação sucessiva. Colocaremos ao Plenário, sucessivamente, as três opções;
evidentemente que uma sendo aprovada eliminará as demais.
O SR. JOSÉ VALDIR: V. Exª vai colocar as três
alternativas para que sejam votadas?
O SR. PRESIDENTE: Exatamente. Tenho apenas a preocupação
de que o encaminhamento democrático, por parte da Mesa, gere tantos problemas.
O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, Ver. Artur Zanella, conversando com o Ver. Lauro Hagemann, meio que
comecei a raciocinar em cima dessa situação. E chegamos a um ponto de vista
comum, uma vez que estamos diante de uma vacatio
legis, em virtude de não termos ainda adequado o Regimento Interno da Casa
à Lei Orgânica. Em sendo assim, além da necessidade de termos uma lei que
disponha, que regulamente o instituto do plebiscito, esta discussão talvez
fosse melhor feita e amadurecida nem pela Comissão de Justiça e nem tão pouco
por uma Comissão Especial e, muito menos, individualmente ou pela Mesa. Mas
talvez fosse da gente discutir essa questão, porque daqui a alguns dias
surgirão outras semelhantes, na medida em que são vários institutos que ainda
pressupõem regulamentação, na comissão que está discutindo o novo Regimento.
Portanto, não sei se não seria de
nós, na realidade, talvez tentarmos resolver esse impasse, sei lá, ao invés de
votar aqui imediatamente uma dessas três opções sugeridas, que até podem estar
corretas, mas a partir de uma outra instância que já existe, que está
discutindo, que se está debruçando sobre essa temática que, embora não vá elaborar
projetos de leis que regulamentem esse instituto, mas certamente vai fazer uma
discussão sobre esse tema, necessariamente terá que fazer, aliás. Então, estou
levantando uma tomada de posição.
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Motta, a Mesa
esclarece a V. Exª, em primeiro lugar, que a matéria não é pertinente ao
Regimento Interno; em segundo lugar, a Mesa apenas expressa a V. Exª uma
preocupação crescente com a demora com que se estão encaminhando os estudos em
torno do Regimento Interno. Na medida em que nós corremos o risco de empurrar
tudo à Comissão do Regimento Interno, a preocupação da Mesa é que nós acabamos
não resolvendo nada na Casa. Foi com essa base que este Presidente preferiu
abrir mão daquilo que podia tomar, inclusive, como uma decisão administrativa e
encaminhar e delegar ao Plenário essa decisão. É nesse sentido que a Mesa
mantém o encaminhamento, mas tendo Requerimentos para encaminhamento à Comissão
de Justiça, está apenas ouvindo as Questões de Ordem dos Vereadores inscritos,
para dar o encaminhamento final à questão. Lamentando, de qualquer maneira, que
o próprio Plenário abra mão de discutir e decisão em torno de assuntos que
dizem respeito diretamente ao interesse da Casa. Ver. Luiz Braz, Questão de
Ordem com Vossa Excelência.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu tenho certeza
absoluta de que não é vontade da Mesa dar tratamento desigual para os
Vereadores que compõem este Plenário. Por isso mesmo pergunto a V. Exª o
seguinte: existem outras matérias também trancadas por lacunas na legislação ou
por falta de regulamentação? Eu pediria a V. Exª que se por ventura nós
fizéssemos um levantamento das matérias que estão trancadas na Casa por falta
de regulamentação, nós estaríamos dando um tratamento mais igual a todos os
Vereadores solucionando um problema que realmente é grave.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Braz, a Presidência,
no momento, não recorda de haver outra matéria trancada por lacuna de
legislação e, de qualquer maneira, a Mesa tem procurado, sempre, quando essas
questões surgem, encaminhá-las de imediato. Então, eu diria o seguinte: se
existirem, eventualmente que este Presidente não lembra neste momento, esta foi
a primeira que chegou para uma decisão. De qualquer maneira eu solicito à
Diretoria Legislativa que faça um levantamento, mas não tenho lembrança,
Vereador. Temos um problema com um Projeto do Ver. Leão de Medeiros, que
estamos estudando para tomarmos uma decisão no encaminhamento. Questão de Ordem
com o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, eu me inscrevo
para dizer, por exemplo, que a implantação dos Conselhos nesta Casa, eles estão
sendo sobrestados, a não ser o Conselho de Educação, que tinha uma certa
urgência, porque, efetivamente, não foi aprovada ainda a lei que cria os
Conselhos, que é de autoria do Ver. Vieira da Cunha. Esse é um exemplo, mas
posso buscar mais alguns.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Zanella, não foi este o
teor da Questão de Ordem do Ver. Luiz Braz. O teor da Questão de Ordem do Ver.
Luiz Braz foi sobre matéria que esteja nesta Casa. Os Conselhos que V. Exª
menciona já foram votados, se não estão implantados é um problema do Executivo,
ou de medidas a serem tomadas por este Legislativo. Que se cumpra a Lei. É
matéria absolutamente diversa do que nós estamos discutindo, neste momento, se bem
entendeu a Presidência o teor da Questão de Ordem do Ver. Luiz Braz.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, eu
não pretendo estabelecer um diálogo com a Mesa, até porque o Plenário é
soberano nesta questão, mas eu ponderaria o seguinte: nós estamos na iminência
de decidir uma questão específica. Às vezes, esta Casa até por inadvertência,
por açodamento, não por culpa individual de ninguém, mas nós podemos cometer
equívocos. De repente, esta questão que votamos hoje numa determinada direção,
amanhã constatamos que não correspondeu aos anseios da coletividade, desta
Casa, se tornou não operacional e quando discutirmos o Regimento Interno, a
maioria da Casa resolve alterar essa resolução, a Casa fica numa situação um
pouco delicada, como já tem acontecido em outras vezes. Por isso eu pondero,
mais uma vez, que a gente amadureça um pouco mais esta questão, porque talvez
seria o caso de transferir esta votação; já sei que ela foi transferida várias
vezes, e o Ver. Nereu D’Ávila pode avaliar melhor. Eu estou apenas propondo um
pouco de prudência no exame da questão. Só isso.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, acho realmente que a idéia de se encaminhar à
Comissão de Justiça é interessante, porque agora me surgiu um outro fato. Como
nós estamos votando uma matéria que não tem a estrutura formal da Mesa, uma
matéria que não é nem Projeto de Resolução, e como Projeto de Resolução não
obriga o Executivo a cumprir; não é um Projeto de Lei, porque fala aí que
também pode ser autor, no Parecer, o Executivo e, como tal, este Parecer, para
se transformar num instrumento juridicamente perfeito, tem que ser um Projeto
de Lei, onde cite e fique específico e claro também a autoria do Executivo. O
Poder Executivo só toma conhecimento desta Casa através de Lei; Regimento
Interno, Projetos de Resoluções, tudo fica no nosso universo. Por isso, Sr.
Presidente, acho prudente encaminhar à Comissão de Justiça, quem sabe no
encaminhamento se buscar um instrumento legal para viabilizar oficialmente as
iniciativas.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, o Ver. Lauro Hagemann deu um Parecer neste Processo, em
13 de agosto de 1986, na Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação,
assinado pelo Ver. Elói Guimarães, aprovado pelo Ver. Clóvis Brum, Ver.
Frederico Barbosa e o nosso saudoso Ver. Valneri Antunes. O Ver. Lauro
Hagemann, no final do Parecer, diz o seguinte: “A substituição prevista de Rua
da Praia sé poderá ser feita respeitada a vontade da maioria, após a realização
de plebiscito entre os moradores, quando for o caso de ruas e avenidas. Como se
trata de uma rua tradicional de nossa Cidade, julgamos pertinente, antes de
apreciar o mérito deste Projeto, requer o encaminhamento para o processo normal
de plebiscito, a fim de cumprir os requisitos legais”. Pois, desde 1966,
tropeçamos exatamente em quem fará o plebiscito e como será feito? Então, eu
fico perplexo, eu fico pasmo que agora em dez minutos nós podemos equacionar
esta situação que não vem se resolvendo, queira-se empurrar com a barriga, mais
uma vez, com a Comissão de Justiça. Acho que a transcendência da matéria e o
alto gesto democrático da Mesa em delegar ao Plenário o que a Mesa poderia ter
delegado a este Vereador ou a própria Comissão de Justiça delegou ao Plenário.
O Plenário agora se exonera de um direito absoluto de resolução para mais uma
vez empurrar com a barriga.
O SR. JOSÉ VALDIR
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu imagino uma situação que
gostaria de ver como é que fica, antes de votar esta questão. Digamos que a
decisão do Plenário seja instalar uma Comissão presidida pelo Ver. Nereu
D’Ávila ou outro e, no mesmo dia, no dia seguinte, o Ver. Luiz Braz, que tem
direito garantido pelo Regimento, se não me engano, apresenta um projeto, mas o
Plenário decidiu que vai ter um único projeto apresentado pela Comissão, como é
que vai ficar esta situação? Por isto alertei, no outro dia, da tribuna, que
isto é possível, louvável, desejável, só que deve ser feito por acordo político
anterior, aí podemos fazer esta comissão, reunir as Lideranças para um acordo,
todos concordando que vamos fazer por uma comissão. Agora, votar aqui sem uma
discussão prévia, sem um acordo anterior não garante nada, porque qualquer
Vereador que quiser poderá entrar com um projeto.
O SR. PRESIDENTE: Ver. José Valdir, a Mesa recebe a sua Questão de Ordem e faz um apelo
ao Plenário: estamos considerando as Questões de Ordem dos Srs. Vereadores,
numa interpretação forçada do Regimento, porque na verdade estamos na
discussão. Queria convidar, então, o que até negaria a tese do Ver. José
Valdir, que os Srs. Vereadores usassem os dez minutos para discussão. Então, a
Mesa não recebe mais Questões de Ordem e vai botar em votação o Requerimento do
Ver. Clóvis Brum, de envio ou não à Comissão de Justiça. A Mesa entende que não
tem mais nada a discutir neste âmbito e o que era para ser expresso já o foi.
Das duas, uma: ou votamos a matéria, quanto ao Requerimento, que vá a Questão
de Ordem à Comissão de Justiça, ou ao contrário, vamos retomar a discussão de
Plenário, com a inscrição dos Srs. Vereadores. Já discutiram? O Ver. Artur Zanella, Ver. Airto Ferronato, este Presidente e o Ver. José Valdir.
Temos três pedidos de Questões de
Ordem, e, conforme o teor das Questões de Ordem, vamos suspender a Questão de
Ordem e votar a matéria na remissão à Comissão de Justiça.
O SR. CLÓVIS BRUM
(Questão de Ordem): Inicialmente, Sr. Presidente, o Ver. Nereu D’Ávila
fez leitura de um parecer que não fala pela aprovação, é pela tramitação. Em
segundo lugar, foi em 1986. Não tínhamos nem Lei Orgânica nova; agora já temos
Lei Orgânica nova.
E, finalmente, apelaria, Sr.
Presidente, para que decidisse o encaminhamento à Comissão de Justiça, a
exemplo do encaminhamento que fez do Requerimento do próprio Ver. Nereu
D’Ávila, quando pedia a convocação do Prefeito, invocando um dispositivo que a
Presidência tem competência legal, e encaminharia à Comissão de Justiça. Tenho
certeza de que V. Exª saberá compreender este Vereador e dará equanimidade às
decisões sábias de Vossa Excelência.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa suspende momentaneamente as Questões Ordem e comunica ao
Plenário que, atendendo estritamente ao Requerimento apresentado pelo Ver.
Clóvis Brum, remete o Processo relativo à denominação de Rua da Praia para a
Comissão de Justiça. Recebe e remete, da mesma forma, o Processo nº 0206/91 –
PLL nº 014/91, de autoria do Ver. Mano José, com Substitutivo nº 01, de autoria
do Ver. Clóvis Brum, ambos à consideração preliminar da Comissão de Justiça.
O SR. ARTUR ZANELLA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não faço a mínima questão de
precedência nessas coisas, mas o Requerimento para encaminhar à Comissão de
Justiça era meu, antes do Ver. Clóvis Brum, mas eu abro mão ao Ver. Clóvis
Brum.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Artur Zanella, são tantas Questões de Ordem que é provável que
este Presidente se engane. De qualquer maneira o apanhado taquigráfico é
absolutamente isento e objetivo. De autoria do Ver. Clóvis Brum ou de V. Exª, o
que importa é que a matéria irá à Comissão de Justiça e Redação. Ver. Nereu
D’Ávila, a Mesa quer expressar que lastima, está tentando objetivar a questão,
mas entende que o Plenário é soberano na matéria e, portanto, envia a matéria à
Comissão de Justiça e Redação e encareceria aos Srs. Vereadores, membros da
Comissão de Justiça e Redação, que realmente examinassem com urgência esta
matéria, porque implica outras matérias que não estão paradas, mas realmente
vão começar a surgir no rastro da decisão que nós tomarmos em torno desta
questão. Decidido, portanto, o envio das duas matérias à Comissão de Justiça.
Passamos aos Requerimentos.
Requerimento de autoria do Ver.
João Motta, de Moção de Solidariedade aos Professores Estaduais afastados de
suas atividades profissionais da área da Cultura, por requisição da Secretaria
de Educação do Estado.
Em votação. (Pausa.) Encaminha o
Ver. Nereu D’Ávila.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu lastimo que o ilustre Ver. João
Motta, a quem eu admiro pela sua postura equilibrada, e até há pouco tempo, com
muita lucidez, quando liderava a Bancada do Partido dos Trabalhadores, que ele
venha enquadrar-se, perfilar-se nesta fila muito desairosa, nos postulados da
demagogia, aproveitar-se o Vereador em cima de um tema que inclusive foi
denegado pela Justiça, liminarmente prolatado pelo Desembargador João Ferreira,
não concedendo a liminaridade do mandamus, cujo mandato não foi julgado,
queira tirar lascas políticas em cima da cultura gaúcha. S. Exª não se
pronunciou quando o Governo Collor não se preocupou com a cultura, cortando
verbas que pudessem fazer vicejar a cultura no País. S. Exª tem um discurso de
solidariedade. Que solidariedade é essa, quando está sub judice? Só por
que estão organizando? É válida a organização, mas solidariedade aqui é uma
faceta político-eleitoreira, porque eu creio que havia um caminho tomado pelo
professor e agora há um fato novo, o Governador Alceu Collares, em paralelo à
decisão de devolver os professores à sala de aula, onde é seu lugar, vai abrir
concurso público nos termos da Lei para preenchimento dessas vagas, porque a
verdade funcional e administrativa é de que havia e há um caos administrativo
no Estado em que todos os setores, aonde havia falta de professores em matérias
díspares, para lá se cediam professores que saiam das salas de aula. Na FADERS,
por exemplo, Fundação de Assistência aos Excepcionais, também praticamente
tirando-se os professores cedidos da FADERS, ela fica inviabilizada, chegou-se
a criar uma Secretaria como a da Cultura, desmembrando-se da Educação, e na
época fazia-se provimento através de concurso público, que é a única porta de
entrada decente, moral e ética para o serviço público, preferiu-se dar
funcionamento orgânico à Secretaria da Cultura retirando-se e cedendo-se
professores das salas de aula.
Então, houve um desvirtuamento
completo, e quanto a isto o Ver. João Motta insurge-se, querendo que fique o status
quo de que Secretarias inteiras funcionem não com a categoria do concurso
público, mas através de cedências da Secretaria da Educação, que é grande
estuário comum de onde se retiram elementos para o preenchimento de qualquer
buraco, de qualquer lacuna, para o funcionamento de outras questões, às vezes
completamente fora do funcionamento orgânico e de professores devidamente
habilitados.
Sinceramente, Ver. João Motta, eu
acho que os professores receberem um apoio, inclusive V. Exª trouxe os
professores aqui e receberam apoio da Comissão de Justiça, para a ação que está
sub judice, tudo bem, mas a Casa aprovar uma solidariedade aos
professores estaduais porque foram afastados de onde eram cedidos, e ali se colocar
professores concursados, então, em última análise, V. Exª é contra o concurso
público, o que, sinceramente, rebenta com os postulados que o PT prega em praça
pública. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o Ver.
Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se eu reconhecesse a inteligência, a
competência, a bela expressão corporal, a facilidade de expressão, o belo
discurso do Ver. Nereu D’Ávila, eu não estaria aqui a dizer e a afirmar como
foi infeliz o Vereador neste encaminhamento. Um discurso pobre, sem condições
de justificar o injustificável. Ora, Sr. Presidente, é uma lei estadual que diz
claramente que os professores deslocados para a Secretaria da Cultura, onde há
também educação, teriam e têm sessenta dias para fazer a opção.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Não é verdade, é um decreto, não falseie a verdade.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, como anda mal o Ver. Nereu D’Ávila. Não há decreto, não
foi regulamentada a lei, que diz “quando regulamentada depois, após a
publicação do decreto”, que não fizeram ainda. Não há decreto.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Não era lei, perderam na Justiça. V. Exª é aliado do PT,
ideologicamente?
O SR. CLÓVIS BRUM: Deixe-me encaminhar, não abandone a trincheira, por favor.
Ora, não há decreto. A lei
estabelece que quando for publicado o decreto, que regulamenta a lei, os
professores à disposição da Secretaria de Cultura terão sessenta dias para
fazer a opção, se querem ficar na Cultura ou na Educação. Não houve o decreto,
nada foi publicado, e os professores já foram afastados. Agora vem o Governador
Collares com essa bombástica informação que, para os leigos não passa de mais
um trote grosseiro: “Vamos fazer concurso público”. Isso é evidente, deve-se
fazer concurso público para preenchimento das vagas da Secretaria de Cultura,
com exceção daqueles funcionários públicos lá lotados, os quais têm sessenta
dias, a partir da regulamentação, para fazer opção. Agora, essa solidariedade é
o mínimo que esta Casa tem para fazer, solidariedade aos professores que
coercitiva e ilegalmente estão sendo retirados daquela atividade que
desempenham. Eles não são professores comuns: são técnicos com especialidades,
com cursos de especializarão. Ora, Ver. Nereu D’Ávila, seu Líder já encaminhou.
(Aparte anti-regimental.)
O SR. PRESIDENTE: Assegura-se a palavra ao Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Vereador, por favor, seu Líder já encaminhou e não foi feliz no
encaminhamento. Agora, a Câmara negar solidariedade a essas pessoas que fizeram
cursos às suas expensas, com o seu próprio dinheiro para se especializar na
cultura, negar a eles solidariedade seria a Câmara dar as costas a um problema
social gritante. Sabe quando é que vão fazer concurso? Daqui seis meses. Sabe
quando é que vão ser convocados os professores? Daqui a um ano. E a cultura no
Rio Grande como é que fica? Ou a cultura não é educação, desenvolvimento? Por
favor, eu acho o seguinte: eu conheço o Ver. Nereu D’Ávila, claro que ele tem a
defesa do Governo, que é do PDT, mas, na verdade, meu querido Vereador, seu
discurso hoje não teve o brilho dos seus permanentes pronunciamentos nesta
Casa. E que discursos esse Vereador faz! São exemplares! Hoje é um dia de
infelicidade. Encaminhamos favoráveis à solidariedade.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Questão de Ordem com o Ver. Luiz Machado.
O SR. LUIZ MACHADO
(Questão de Ordem): A minha Questão de Ordem,
Sr. Presidente, é para uma informação a este Vereador. Na folha nº 12 dos
avulsos, que está à minha frente, diz o seguinte: “Amanhã comparecerão os
Secretários da Indústria e Comércio, e do Planejamento, com a finalidade de
prestar esclarecimento sobre o andamento do processo de implantação do Distrito
Industrial da Restinga, a requerimento do Ver. Luiz Machado”. Só que quem
redigiu esse avulso não colocou horário. Então, já dois Vereadores me
perguntaram o horário, amanhã, e eu não soube informar, porque deixei a
critério da Mesa.
O SR. PRESIDENTE: A princípio, Vereador, seria logo após a leitura do expediente, ou
seja, normalmente tem ocorrido no início da Sessão.
A palavra com o Ver. Artur
Zanella, para encaminhar, pelo Partido da Frente Liberal.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Nereu D’Ávila, eu estou disposto
a assinar uma Moção de Repúdio à atuação do Sr. Ipojuca Pontes, que no Governo
Collor trouxe problemas para a Secretaria de Cultura. Não terá muita atuação
prática porque ele já foi demitido por incompetência.
Eu queria dizer, Ver. Nereu D’Ávila,
que iria apoiar à Moção do Ver. João Motta, porque, efetivamente, estão
ocorrendo problemas que V. Exª não tem conhecimento, provavelmente, como, por
exemplo, as pessoas estão saindo da Biblioteca Pública. A informação que eu
tenho é que as pessoas estão saindo à espera de um concurso que vai sair não
sei quando e que estão sendo fechados alguns locais, museus, e que isso irá
trazer prejuízos. Para que V. Exª não labore em erro, Ver. Nereu D’Ávila – V.
Exª sabe a admiração que eu tenho por V. Exª, que é advogado – eu li, como V.
Exª deve ter lido, a negativa da liminar. Essa negativa não é porque alguém tem
direito ou porque alguém perdeu ou não perdeu. A liminar não foi concedida
porque a entidade que pediu a liminar, o Centro dos Professores do Estado do
Rio Grande do Sul – CPERS, foi considerada pelo Juiz como não-hábil para
aquilo, a Federasul, por exemplo, pediu e foi declarada que era uma entidade
social e não podia entrar. A liminar não foi concedida por isso, não foi porque
não ganhou ou porque perdeu. Isso acontece. E mais: naquele outro caso o
Governador Collares, por exemplo, quando vai agora argüir a
inconstitucionalidade dessas emendas apresentadas pela Assembléia ele o fará
corretamente em Brasília, não aqui, porque aqui o Tribunal de Justiça não tem
condições.
Outra coisa, Ver. Nereu D’Ávila,
que eu queria lhe dizer é que existe uma Lei, aprovada por unanimidade, com
todos os votos dos Deputados do PDT, que diz: “aprovado o Regimento Interno da
Secretaria”. Este Regimento, sim, por decreto, os professores terão noventa
dias para optar se ficam na Secretaria de Cultura ou se voltam para a
Secretaria de Educação.
Então, esta é uma Lei que foi
aprovada por unanimidade e com os votos do PDT na gestão anterior, é claro...
(Aparte anti-regimental.)
O SR. ARTUR ZANELLA: Não, muitos voltaram, ao que parece, mas esse Regimento não foi feito.
O Sr. Secretário de Educação, no Governo anterior, deveria ter feito esse
Regimento. Não fizeram, foram omissos. Então, Ver. Nereu D’Ávila, não foi um
decreto, foi uma lei aprovada pela legislatura anterior.
Ver. Nereu, na parte prática,
eu acho que está sendo feito um erro deslocando essas pessoas; eu vi esses dias
uma pessoa que é gravurista, faz gravuras, está lá na Secretaria de Cultura
dando cursos de gravuras, ele vai ter que voltar agora para lecionar num corpo
de professores, cinqüenta, sessenta mil professores, vai acabar com aqueles
cursos de gravuras que ele está fazendo, e aí vão ter que fazer um concurso
para encontrar um professor de gravura que poderá ou não ser ele. É ilógico,
Ver. Nereu. Se isto ocorrer num setor de alguma Secretaria, que não vou citar o
nome para não desmerecer, talvez se pudesse esperar esse tempo.
Agora, nós estamos tratando
da cultura do Rio Grande do Sul, e como vou mandar esse discurso que estou
fazendo para o Deputado Jockmann, que no seu jornal diz que há cultura para
encher o ego de 3.000 no Rio Grande do Sul, isto não é verdade. Tem muita gente
neste Estado, e tenho certeza que V. Exª é um deles, que espera que a Secretaria
de Cultura funcione efetivamente. E eu tenho – V. Exª não sabe disso, mas eu
vou lhe dizer – a maior admiração possível para a Srª Secretária de Cultura,
talvez não tanto pelo conhecimento que tenho dela, porque não a conheço
profundamente, mas conheço aquele que foi Presidente do Tribunal de Contas, Dr.
Raul Cauduro, que é uma das maiores sumidades que existe neste Estado, e vejo
com tristeza a Dona Mila Cauduro envolvida nisso aí, assinando ofícios, dizendo
que, por ordens superiores da Secretária de Educação, está devolvendo.
Então, há um equívoco nisso
aí, e V. Exª que é funcionário da Assembléia, Ver. Nereu, sabe o que é aquele
Poder. O Presidente da Assembléia recebeu um ofício de uma Secretária ou
Secretário de Estado pedindo devolução dos professores, Ver. Nereu, quando
todos nós sabemos que quem se comunica com o Presidente da Assembléia é o
Governador. Então, há um equívoco nesta história, Ver. Nereu, que evidentemente
isso deve ser corrigido. Eu vou ler, na verdade, o texto do Ver. Motta, e quem
sabe até o Ver. Motta tenha se excedido, quem sabe, vou ver se o Ver. Motta não
se excedeu um pouco, mas votar contra eu não voto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. GIOVANI GREGOL
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu solicito, nos termos
regimentais, que se proceda à verificação de “quorum”.
O SR. ARTHUR ZANELLA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, só para que fique bem claro, como
nós já estamos no processo de votação, qual é o número mínimo de Vereadores que
devem estar presentes no Plenário?
O SR. PRESIDENTE: São 11 Vereadores. Enquanto não houver a chamada nominal para a
votação, a Mesa suspende os trabalhos por um minuto.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h49min.)
O SR. PRESIDENTE
(Airto Ferronato – às 16h50min): Reabrimos os trabalhos
da presente Sessão.
Encontram-se presentes 14
Vereadores. Não há “quorum” para votação.
(Levanta-se a Sessão às 16h50min.)
* * * * *